
O DESTERRO DA POÉTICA PALAVRA
Data 08/04/2009 13:12:51 | Tópico: Poemas
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O poema confina-me a mente: Suscitando-me a fazer viagens Ao éden da descoberta Ou para a obliqua paisagem da nula sondagem.
Quando o naufrágio é o compulsório itinerário, Faz-se vã a cinemática de ardis e subterfúgios-pássaros: Ainda que o meu conhecimento passe deveras ao largo, Domina-me os pensamentos a voz do sol do fracasso.
Sinto a sinestese do desconsolo Emanar-me do córtex, Afluindo e copulando os poros A fim de que possa infectar Todos os vãos-átomos do meu corpo sorumbaticamente apático.
Depois, o que me sobra é a febre, a hemorragia do regozijo sonhado, O sádico segredo, o etéreo cansaço: A fragrância de vácuo, enfado, maresia, abismo, ataúde e ferrugem Põe um véu de energia estática Sobre a massa encefálica,
Deixando o sabor de azedume Prostrado na língua, na lúgubre arcada dentária De quem --- assim como yo --- Não entende nem aprisiona A semântica do predicado Da poesia elementar, plástica, mineral, harmoniosa Que aflora do voo das garças, falcões, corujas, Albatrozes, águias, gaviões, Gaivotas!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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