
BOMBAS NUNCA MAIS
Data 06/04/2009 23:40:39 | Tópico: Poemas -> Amor
| Naquele dia a criança acordou mais cedo O pé de cerejeira no quintal anunciava fartura E do céu veio o clarão, guiado pelo anjo da morte E naquela manhã cinzenta a criança dormiu mais cedo
Naquela manhã o homem acordou mais cedo Por costume foi trabalhar e nunca mais voltou Sua mulher por costume ficou em casa, e ali ficou Como todos os homens e todas as mulheres da região
Naquela manhã a morte veio do céu, nem Deus sabia Mataram inocentes, que nunca morreram, morrem até hoje Quantos não nasceram, ficaram calados dentro das mães frias Aquela manhã nunca existiu, foi um louco que a tomou de Deus
Manhãs cinzentas de explosões que nada criaram, mataram Pássaros de aço que levavam os homens de coração de ferro Mudaram o destino do mundo, mudaram o leito dos oceanos Queimaram a cama, a carne e a alma de um povo oriental
Esqueceram que somos um só corpo, uma só carne, uma só veia Esqueceram que as pontes não podem ser destruídas, por elas passamos Esqueceram que os continentes são torrões de terras perdidos entre águas E as mágoas de um povo quando maltratado se espalham pelas águas e pelas terras.
Nunca mais “hiro-naga”.
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