
ROSALINA
Data 20/03/2009 15:47:21 | Tópico: Poemas
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Rosalina se tornou amarga Quatro bois, duas cangas Uma carga Um feitiço, um ebó Uma praga A moléstia, a morbidez Após cada estribilho Uma cilada Uma sílaba Proferida a cada vez Nada de um filho O sangue escorrendo ao fim do mês Cólicas, brigas, depressões Nenhuma gravidez Uma dose de aguardente Duas doses de insensatez Do marido que a amava Deus não quer seu bem Pensa ela assim Atormentada Rosalina Lamenta sua sina Se segura pela crina E cavalga incessante Sua montaria Está por um barbante O cavalo feroz E galopante É uma linha cortante Segue seu caminho Sem nenhum amor Sem qualquer carinho Do marido ou do amante Nem por um instante Que não muda o seu dia-a-dia.
JOEL DE SÁ 20/03/2009.
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