
QUE ZONA É ESSA
Data 16/03/2009 19:58:45 | Tópico: Poemas -> Sociais
| Um beco, um soldado e uma puta Solidão, casca de bala e um defunto Um papel enrolado e um filho da puta, morto Cheiro de mofo e todas as paredes mofadas, vermelhas Casais brigando, brincam com facas no peito E a rapa na rua, sempre defendendo os mortos Que morrem na dança do tango e do tempo E na vontade de dar, dar, e redar, dando
A boca azeda, cheirando a tiro no saco O peito sangrando um resto de cama Garante o dinheiro fedendo a vida Defendendo a moral dos que pagam Pra usar um buraco, um saco e um corpo Pagam pra ver nas manchetes o social Representantes do povo nas grades Esperando a ordem dos velhos marginais Pra ganharem a liberdade condicional E de becos em putas se renova o quadro Tocam os sinos, trocam o repicar E só não muda o puxador de sinos De sinos ou tiros, homem do barulho...
É quando da bigamia, mulher, beco e força Nascem todos os filhos das tantas Que ontem, hoje e agora, sofrem Choram a dor de todos os latinos De tantos meninos de coca e filhos de becos Que estão brincando nessa carroça do amor Que desfila fantasiada e de tons alegres Pelas ruas sujas de nossas cidades
São meninos de ontem, condenados de hoje Defuntos de amanhã, mortos a vida inteira Nascerem mortos, cresceram mortos Condenados por homens condenados, Leis doentes por natureza, coisa dos homens, Aleijados por condição, Pedaço de terra, no pé das Américas, Lado esquerdo do mundo, razão dos Continentes,
Na magia que ostenta a voz do ocidente Balança o oriente e dorme na valentia das Américas E dá azia na Ásia.. De toda essa gente, de toda essa fila... Um beco, um soldado e uma puta
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