
Dichotomy
Data 13/03/2009 10:27:40 | Tópico: Textos
| Como caiem todas as coisas que são atiradas sem olhar para trás do campo de visão sonhos, casas e corpos?
Sujei uma série de palavras mal intencionadas, sem ter onde pousar, com duas ou três sementes de lama que se hão-de transformar em belas verdades quando crescerem, mais tarde sentadas nos joelhos de um velho pensador de silêncios de bailarinas mãos soltas , atitude e pas de deux que, à sombra desse alpendre de uma casa longe da imaginação de muitas letras antes, desmonta tricots de intrigas maledicências de pendurar atrás da porta nos dias de nevoeiro que cercam os tais ventos onde fixamos sonhos para ficarem levezinhos até podermos fugir com eles.
Diz menina, se sabes para onde correm os barcos (do poema anterior?) que se perdem da vista antes de caírem, sem remédio no precipício além do horizonte de janelas abertas e sem destino. Onde os lençóis amachucados são de lavar à mão cobertos que estão de vida e ansiedade, espiritual inacabada, do sono das noites cúmplices passadas no silêncio com altos e baixos de arrancar pela raiz ao encostar os ombros sem tocar o corpo dançando nos olhares em redor irrequietos e mudos, que esperam elogios sacados de surpresa a pessoas estranhas que contemplam o meu interior à procura da música de Debussy.
Agora vou, tenho de preencher a solidão dos cabelos que não se alisam sozinhos mesmo que as memórias feitas peçam com muito cuidado.
Michel Camilo
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