
Não choro pelo teu fado
Data 11/03/2009 13:03:14 | Tópico: Poemas
| Amordaça-te o corpo essa dor Mas corre-te veloz nos meandros da alma O grito que exalas nos confins do sentir Lá onde o verso te sai em serena calma
Morre-te os olhos na neblina Luz de vela agitada pelo vento E cantas a morte, arrenego Da vida que sentes como tormento
Não queres que chorem pelo teu canto Queres que te bebam sem lamento Bebo-te em vida o versejar Ora alegre, ora triste, suave e lento
E pergunto-te eu… Deixas? Quando rompeste da tua mãe as coxas Quem te prometeu o arco-íris Nesta vida matizada de cores negras e roxas?
A vida é a tua guerra, aquela que vencerás Ainda que na refrega da batalha Te sintas vencido, mas renascerás E só vencedor te enrolarás na mortalha
Que com certeza a hora a ti chegará De a ela te aconchegares na inevitabilidade Do tempo, que sereno te abraçará Nesse ir e vir, do ser a sustentabilidade.
E quando chegar já lhe conheces o hálito Serás velho, cansado e feliz, vestes-lhe o hábito.
|
|