
Carta aos afagos do Vento
Data 27/02/2009 21:24:13 | Tópico: Mensagens -> Amor
| Minha Querida,
Encurvo-me perante o silêncio do mar.
Olho para o horizonte e entrego-me à linha do destino. Por vezes, a geografia é uma esquina escondida. Pensei que desta não o fosse. Mas a distancia existe. Eu, aqui! Tu, aí! Talvez um dia nos seja favorável. Talvez?
Penso nas tuas palavras. Permanentemente!
Dizes que há demasiado sentir nas minhas linhas. É natural! Faço amor com as palavras. É por elas que expresso o meu desejo e o meu querer. Faço-o com toda a plenitude da minha livre vontade. Faço-o porque me sinto correspondido.
Não posso ansiar pelo teu abraço? Ou por descansar no teu peito? Nem vale a pena dizer que não porque não o consigo impedir. Sim. Eu sei que as circunstâncias são distintas. Mas sê-lo-ão para sempre? E mesmo que assim aconteça quer isso dizer que não sentimos o que sentimos? Quer isso dizer que os momentos que temos não foram intensamente sentidos?
Ah! Há alturas em que apenas nós somos. Tudo o resto jorra da nossa origem!
Contudo, também há, realmente, a possibilidade de abrandar. Se te for necessário, jamais imporei a minha vontade. Mas as cores não voltarão a ser as mesmas nem nós voltaremos a ser iguais. O que nos faz, toca-nos profundamente. Tanto que abala as colunas da existência pelo reconhecimento do que já houve. É o antigo que chama por nós! E eu ouço esse canto.
Falaste-me em lágrimas no chão. Recordas? Respondi-te que as tuas lágrimas tinham era caído no meu coração, onde as tinha recebido e guardado por serem manifestações do teu amor. Recordas?
Pois as tuas lágrimas já são um oceano de sentir no meu coração. E o tempo fará delas um universo. Porque eu vou ama-las e acarinha-las. Porque nelas também quero ser. Só assim criaremos o, e no, MULTIVERSO.
Encurvo-me perante o silêncio do mar. Venho aqui à procura dos afagos do vento. É por eles que sinto os teus beijos.
E peço-lhes, humildemente, que levem os meus até ti.
Sempre, V.
in Comentários na face da Noite
|
|