
Prece
Data 10/05/2007 10:30:38 | Tópico: Poemas
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Apenas medo... Apenas isso, Desculpas evasivas, Ansiosas histórias Brotadas do acaso imediato.
Também eu sinto, Mas vê-lo em ti Fez-me ver o outro, Esse, tão desconhecido como eu.
Há em mim Uma curiosidade mórbida De te dissecar; Decompor-te em partes Ínfimas e infinitas Até atingir a matéria Que te compõe.
Essências de desejo.
Recordo-os como pérolas negras Brilhantes como se lapidadas. Na viajem por elas Haveria uma alma só, escondida.
Andamos numa roda-viva De desencontros fortuitos, Movemo-nos na mesma esfera Em busca um do outro Sem esperar; por ansiedade!
Talvez deva parar, Descansar esperando Que me descubras Quebrando o ciclo; Mas e se parares também?
Sinto a tua presença Acabada de evadir Em cada sítio que vou.
É já obsessão. Os teus lábios são já íntimos E nunca os beijei. Conheço a tua aura olfactiva Sem te ter cheirado.
Canso-me de olhar para faces Desconhecidas por não terem traços teus: São o único sinal de reconhecimento Que busco.
Onde estás? Principias ser um mistério Já desencantado, Uma memória longínqua.
16/11/2006
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