
Something Cool
Data 23/02/2009 00:15:47 | Tópico: Textos
| O lençol branco cobre o ombro morno de veludo na tarde fria de verão abrindo o olhar que repousa no rosto meio adormecido.
Por entre carícias no cabelo acalmam as vozes o corpo no restauro dos dias longos quando os gritos são tudo o que resta para não cair na indiferença.
Importa o silêncio do entendimento da respiração quando o corpo se desliga em dois descolado pela força de um cansaço que demora a chegar.
Revejo-me no amor que repito contigo. Quando te quero, o mundo vai acabar e temos de amar-nos mil horas seguidas.
Porque está escrito no calendário que viveremos felizes até ao fim e tenho de viver uma vida numa tarde de verão, fria, contigo, numa varanda sobre o mar.
As pernas dobradas ao meu colo no sofá de veludo coberto com manuscritos onde pintas os nossos sonhos de palavras coloridas.
Casa de banho, sofá, televisão, computador, o livro de poesia, o gato Gastão. O cinzeiro que não usamos, a mesa, a cozinha, um chuveiro e pouco mais. Café só para mim, frio, sem açúcar.
LapTop para anotar a inquietação, regressos e partidas desesperos e despedidas.
Esquecer a internet, visitar a exposição, fotografar um edifício coberto com um manto branco de luz e lembrar o lençol que reveste o teu corpo quando se desliga em dois. na sinfonia de violinos irrequietos que paganinam em acordes de prata. Os títulos seguem os títulos das músicas utilizadas para ilustrar o binómio palavras/fotografia no contexto original
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