
SACIANDO A SEDE
Data 19/02/2009 18:40:33 | Tópico: Prosas Poéticas
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Caminhando, entre piteiras e arbustos rasteiros, de amoras, onde me deliciei, com seu doce néctar até que ambas as mãos, se mostraram coradas e bem da cor, do dito fruto, uma tremenda sede assedia-me a procurar alguma fonte de água, ali por perto, de boca ressequida.
Debaixo de um sol arrasador escutando grilos e cigarras, camufladas, nas cascas, das oliveiras, em pedras soltas, difícil se torna caminhar, enquanto o sol, deixa o ar rarefeito, e, a sede, traz as esperadas alucinações, que eu julgo ver, um pouco mais adiante, o imenso mar, suas ondas.
Era tudo, o que eu procurava; ali estava a minha salvação. Então, de correr, não me cansei, directo à imagem, de minha visão, tão real, como os pássaros, que, por cima, de minha cabeça, olhos turvos, acertei de ter feito reparo. E porém, quanto mais eu andava, mais atolado, entre areias, ficava.
Era tudo um deserto sem mar e sem nada. Então resolvi voltar, para trás, vindo ainda e sempre, pelo mesmo caminho. E atento, aos cheiros, que, pululavam, por todos os lados, e, me haveriam, de levar até à bem dita água. Procurei, por isso, espaços mais verdes, e, daí, fiz nova jornada, em diante.
Como uma sede pavorosa, reparei que ali, a erva era mais húmida, e, enchendo-me, de novas esperanças, foi que ouvi o jorrar de água, correndo livremente. E, sim, era o som de pássaros a cada passo meu, que fui encontrar, banhando-se, na tão fresca fonte, aonde me detive, bebendo e rindo.
Jorge Humberto 18/02/09
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