
pousado na pedra polida pelo mar bravio
Data 15/02/2009 12:05:39 | Tópico: Poemas -> Saudade
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uma pedra repousada no tempo no meio de tantas outras semelhantes, frias… polidas pelo mar bravio, tatuadas pela espuma branca… nessa pedra guardada na memória da minha existência… sento-me, olhando para a tela que me absorve esse mar imenso… irrequieto… no mesmo lugar onde já estivemos a amarmo-nos com o olhar! a espuma do mar, relembra-me os segredos partilhados jamais revelados. doce confidente… este mar! que me espreita, agora sozinho, ali pousado, como um pássaro numa galho. absorvo a brisa dos últimos raios de sol que me aquecem num último momento! e permaneço… engolido no tempo… que me desfaz… entre pensamentos, que vagabundos, recorrem a mim para se soltarem… inquietos… guardo-me, naquele recanto da encosta despida, sobre a pedra cinzenta polida pelo mar bravio… perco a consciência que existo navegando no mar, através dos sentimentos embarcado no olhar que se estende no azul infinito e termina no algures das lembranças pousadas na gaveta escavada do meu sentir! esse marinheiro de ilusões…
deixo-me estar, com a espuma do mar o meu rosto beijar, e segredar o teu relembrar…
‘não te esqueço, mas para te lembrar preciso de abrir a gaveta escavada em mim e a chave está pousada sobre a pedra polida pelo mar bravio…
Bruno Ribeiro Lx.21.jan.009
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