
Catarse
Data 09/02/2009 12:35:23 | Tópico: Poemas -> Sombrios
| A pugna entre corpo e alma É a fantasia lúcida E o brinquedo torto Das divindades.
Carrego as marcas das trincheiras Cada cicatriz aponta o rumo, Dita a escolha viciada Da liberdade. O que quero É o que não faço.
Como arrancar as cicatrizes? Como desatar as amarras?
Devo enfrentar mais uma vez O punhal que fincou a carne Olhar o brilho da lâmina E experimentar a dor Como o emplasto. Ah! Santa moderadora dos desejos- A Dor- Purifica este espírito Tão carnal Quanto o desejo ganancioso Do Demônio.
Cortarei a carne mais uma vez, Espontaneamente, Como sempre foram as marcas do meu corpo. Mas agora refugiar-me-ei No gole do Absinto Embriagado pelo doce sabor da Cura. Enfrentarei o suicídio e o assassínio Como a dois bons companheiros De conselhos dúbios e proveitosos.
Devo ter coragem... Afasta de mim este cale-se! Já não basta todo o sangue derramado Para que eu estivesse aqui?
Tenho que continuar E suportar a síncope, Essa esmola para aturar a mutilação. Talvez quando eu acordar O mundo tenha mudado... Pelo menos o meu.
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