
MEDO
Data 07/05/2007 15:34:39 | Tópico: Poemas
| MEDO
Já é como está vendo. Esta chuva que se promete, Anunciada por nuvens espessas, me arremete, A outras chuvas, por outros umbrais, e me mete O mesmo medo de trovões, de fogo e perigo perto.
As chuvas e os meus medos, entrelaçados, lavoura, Covas rasas, covas funda, plantando esperança de novo, Esquivo de muito barulho, que quanto mais, menos ouço, E meu coração se confunde com jatos de água em meu dorso.
É como que está sentindo, a chuva que vai caindo, Me levará brutalmente, aos perdidos estreitos caminhos, Do tempo que um operário fazia de tudo, menino, E caçava o tempo com pedras pisoteando caninhos.
As trovoadas, as pancadas dos pingos pela calçada, Que batiam e voltavam de novo, a casa ameaçada, O tempo dessas invernadas, a morte já anunciada, De qualquer coisa, qualquer gente, eu acorria abraçado.
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