
O ROSTO DA MEDUSA ---- REPUBLICAÇÃO
Data 04/02/2009 13:37:11 | Tópico: Poemas -> Tristeza
| O ROSTO DA MEDUSA
Há um campo-de-força a aprisionar o fluxo do córrego do seio natal: Ele soçobra o plasma da alegria do primo do mar, Fazendo com que suas veias ressequem E, paulatinamente, o vórtice da misantropia Incida sobre o chão da órbita de seu jardim de esperanças contínuas, Anoitecendo-lhe, para sempre, o sol da estação da vida.
Ostento toda a solidez da minha verve Para engendrar ardis, Visando suplantar a inexpugnável fortaleza intangível, E libertar o aquoso diamante hialino de seu cárcere possessivo A fim de que eu possa contemplar O luminoso reflorescer do garboso movimento Em toda majestosa magnanimidade do seu viço.
No entanto, o campo-de-força me derrota, Golpeando-me com jabs de silêncio E diretos da inércia impiedosa.
Sob o olhar da medusa sem forma, Entrego-me ás malhas da rede do sofrimento, Esperando o ocaso de minha clânica era, Deitado no amplo lombo fleumático Do unicórnio do inefável oceano de mágicos vocábulos: Para mim, nunca decréptos!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
|
|