
Inspiração invertida
Data 03/05/2007 09:37:18 | Tópico: Poemas
| Apagam-se as luzes Com as estrelas Encaixadas nos quebra-nozes. A noite enfeita-se de negro Porque as memórias Só dão filhos na escuridão E a lua é a madrasta má Dos meus sonhos de encantar. Fecham-se os olhos Porque o dia Tem luz a mais Para leres estas linhas tão sombrias. Morram as sombras Que as paredes querem-se nuas! Deita-te no chão… Quero ficar a desenhar a carvão O teu corpo vestido de asfalto até ficar sem pilhas nos dedos.
Tens ganas pelo limite? Então saltamos os dois despidos de miolos daquele penhasco afiado De onde gritei um nome esquecido 3 vezes sem o cansar. Depois deixo que Grites 5 vezes o meu novo nome Quando o chão nos abrandar a queda E te partir os dentes. Não acreditas nas minhas doces promessas? Não tenhas medo de me deixares com feridas profundas Porque há muito que a escuridão Esfola-me os joelhos. E se é verdade que nas minhas veias O sangue corre com pressão alta nas despedidas… É mentira dizer que o meu coração explode Só porque tu também me vais dizer adeus no fim da corrida. Já rasguei muitos quilómetros Com ele em bicos de pés… Chegar a ti É só mais um metro de alma perdida.
Porque me perfuras o ventre Com flashes lânguidos E não me abres à queima-roupa? Odeio esperar desejos Com a saliva batendo-me à porta! Dizes que estou a chorar? E então? Bebe-me as lágrimas num copo E imagina-me a soltar gargalhadas pelo nariz! Eu tenho espaço na minha boca Para os teus beijos E quero-os já! Hoje a poeira do chão É só minha… Amanhã serás tu o pó Que ficará por soprar.
Daniela Pereira
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