
Desespero
Data 18/01/2009 04:29:14 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Há momentos que o desespero bate trava a garganta num empate fatídico, tísico, físico. Perco os sentidos da razão.
Há a vontade de gritar, chorar, brigar travo uma batalha comigo, em castigo pois só eu morro a cada batalhar Esgar - hei de fazer isso parar!
Tento de todo jeito fugir de mim Escrevo, leio, incendeio minh’alma tenho, preciso manter a calma, mas como?
Não tenho mais como surtar! Deus! Faça minha cabeça parar. Quero descansar. Idéias vagam. Sentimentos exalam. Quem sou eu, onde hei de parar.
Ando. De um lado para o outro. Mãos no rosto. Pensamentos, desgosto! O coração apertado. Olhos fechados. A cabeça dói e a alma corrói.
As dúvidas vêm, a incerteza bate Apanho do céu, do inferno, de mim Onde há luz, nessa escuridão sem fim? Onde está a saída deste labirinto em mim.
Transfiro minhas dúvidas, meu medo, meu segredo Torno-me fraco, tragado, esmagado. Quero fazer isso parar! Meu tempo está a se esgotar Seguir. Parar. Sorrir. Chorar.
O desespero é tanto e não há onde agarrar Afogo-me na minha imaginação, na minha latência Penso na minha própria ausência ou seria a existência. Consciência. Um fim. Por fim. Por, um fim. Um novo começar.
A dúvida esmaga a razão. As feridas intumescem sem perdão. Sou refém de mim, sem razão, sem opção. Sem socorro. Sozinho. Perdido, triste na minha própria solidão.
Um bilhete, para quem? Não há ninguém. Um rabiscar, um piscar. Será uma lágrima a escapar? Um risco, dois. Nada a declarar, nem isso. Será essa a maneira? Não há pressa só a necessidade.
Não existe escapatória, nem vitória Será loucura, imaginação, visão, prospecção Uma visão futura, realidade, delírio. Sei apenas se tratar de um martírio.
Sento. Silêncio. O som do coração é ensurdecedor na minha batalha Alma. Um nó apertado prevendo o pior Calma. A razão, apaziguando, dissonando a dor.
Mentira! Brada a emoção. Faça! Pede o desespero. Você é mais forte que isso Imploro, a mim, inteiro.
Amasso o bilhete vazio. Olho o nada, tardio. O que eu fiz? Silêncio, pio. Levanto. Sigo. Por quê? Não sei.
Gostaria de saber. De ver. Da certeza do bem viver. Da felicidade. Daquilo que perdi. Mas não perdi. Acertei? Errei? Vivi? Morrer.
Apago meus pensamentos. Desisto dos meus tormentos. Adio meu sofrimento. Minto para mim e sigo, a contento.
Fim.
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