
ERIKO ALVYM E JOSÉ LINDOMAR CABRAL
Data 12/01/2009 19:26:42 | Tópico: Poemas -> Dedicatória
| (homenagem que recebí do GRANDE POETA JOSÉ LINDOMAR CABRAL)
... eu e o Eriko Alvym somos amigos sinceros um do outro, e nos relacionamos cardíaca e cefalicamente assim: ele acha que escrevo melhor do que ele enquanto tenho certeza que, de nós 2, o Eriko é o escritor maior... É que o talento dele lhe basta, porquanto é suficiente para ele pegar as palavras e transformá-las em fantásticos seres fêmeos, rachados e quase portadores de vaginas (do mesmo modo que o meu é o bastante para o tamanho da vaidade, humildade e soberba que anda lado a lado com este dom que me tornou, de modo simultâneo, propriedade e senhor dos textos que me escolhem para ser o seu autor)... Sim, leitor, o talento do Alvym, que também é cantor e canta como ninguém, é suficiente para que este seja feliz e não sinta inveja nem de Rimbaud que de fato é um grande poeta, apesar de eu não achá-lo tão imensurável assim, pelo menos não tanto quanto aqueles que o transformaram em ícone da moderna, cansada, esgotada e colaboracionista literatura oficial do ocidente (e que eram – refiro-me aos tais inventores de “deuses malditos” – da mesma casta intelectual, social, gordurosa e hipnótica dos mesmos hipnotizadores que hoje monopolizam a cultura aterrorizando-a intelectualmente) sempre procuraram, em vão, em vão, felizmente, me convencer que este (Rimbaud) deveras é; pois eu, que só não desconfio de Deus, e somente não desconfio Dele porque o Dito Cujo me fez – é verdade – conhecê-Lo face a face, acho, acho, não, tenho certeza que se ele, o trágico “Viajante notável” (que era também um célebre “rola-bosta” assumido, tendo sido explicitamente o mais famoso dos amantes do genial, passivo, passional, possessivo e anal Verlaine), fosse realmente detentor da receita secreta do Néctar que alimentava intelectualmente as almas monstruosas e negras dos ora finados e esquecidos deuses do Olimpo, seus versos ainda hoje meteriam pânico, entenda-se, fogo na palha do rabo vasto e tremulante desses falecidos, falecidos, porém ambulantes burgueses letrados, biletristas, que se dizem rimbaudianos e seriam, em vez de exaltados, obviamente recusados por esses defuntos-que-andam-e-vociferam e que continuam a recitá-los nos saraus dos mortos a respeito dos quais Jesus Cristo disse: “Deixai que os mortos enterrem seus mortos”....
JOSÉ LINDOMAR CABRAL
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