
AMORAS DE (E)TERNO SABOR...
Data 02/01/2009 14:08:04 | Tópico: Textos
| Existem amoras nas margens do meu rio,no ventre do meu monte, e nas asas do meu computador...
As primeiras, selvagens de silvestres e inacessíveis, -- não fosse a teimosia com que na infância se vencem desafios... são prova indelével de partilha nos lábios pintados dos amores que se cruzam furtivos pelos labirintos das escolas, com esquinas proibidas e sem tabuada... Uma espécie de beijo vampiresco que escorre directamente do pescoço para a alma, comprometendo para sempre as fontes de quem provou sabores que se eternizam na memória...
As segundas, mais sedosas e carnudas, são frutos do amor que no rigor do inverno a amoreira empresta, ensinuante de despida, ao vento sibilante de provocador... Paixões de lua cheia nos braços dum tempo que a chuva humedece de sémen na seiva da árvore farta e prenhe dos vendavais...
E finalmente a terceira, com o sabor nas palavras das amoras que“já li” e o condão das caravelas que souberam encurtar no tempo as rotas em direcção ao sonho... Realidades virtuais que transportam para o meu universo este previlégio de sentir na carne, no osso, e na alma, os cinco sentidos que ignorava numa “AMORA”de tão sublime poesia...
Existirão sempre sabores eternos nas margens do meu rio, no ventre do meu monte ou no coração do meu computador... E uma amoreira no quintal que se despe no Inverno para se vestir na Primavera... Talvêz por isso eu prometa que a cada mês de Maio das amoras que amaduram...me vá lembrar de ti. Por cada passo, de cada sombra das amoras que colhi!...
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