
DE VISITA A MEU QUARTO
Data 30/12/2008 17:54:05 | Tópico: Poemas -> Amor
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Quando adentro, de meu singelo quarto, entre mobília arcaica e uma janela, dada ao mundo, tímido sorriso, percorre todas as paredes, numa curiosidade natural, de quem, com os olhos, tenta guardar, o pouco, que este tem para lhe mostrar, com um orgulho particular, de minha parte, ao repartir assim, as minhas parcas coisas, contigo.
Por instantes envaidecido, sussurro-te, chamando baixinho, pelo teu nome, e, seguidamente, encaminho-te, em direcção, à minha jóia de coroa, onde, faz muito, guardo, como a um tesouro inigualável, todos os meus livros, e, sem me deter, um por um, vou-te falando, resumidamente, mas cheio de entusiasmo, da história, de todos eles, sem nem reparar, se te estou a incomodar ou a ser abusivo.
Mas para minha satisfação, vejo que nutres, tanto prazer, como eu, ao viajar por este mundo encantado, onde tentei, ser um bom cicerone, despertando-te sentidos.
Quando reparo, que a tua atenção, neste momento, se fixa na janela, concluindo, que o que te desperta, certa agitação, é que eu te leve até ela, para, finalmente, veres, de antemão, o tão famigerado Rio Tejo, que eu tantas vezes, canto na minha humilde poesia, ao som de suas águas prateadas, quando lhe bate a luz da lua, parecendo-se então, com milhares de peixes.
E eis que vejo, que teu olhos, humedecem, de alegria e real espanto, ante tal grandiosidade, que agora também mora contigo, e, hás-de levar, atravessando injusto Oceano.
Trago-te para dentro, perguntando-te, se és feliz! obtendo, como resposta, de tua parte, um interminável abraço, coração com coração, e, um beijo gracioso, todo ele, dito em silêncio.
Jorge Humberto 29/ 12/08
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