
Rosa do Deserto
Data 28/04/2007 18:48:43 | Tópico: Poemas -> Amor
| Na diferença diluída se igualam conluiadas as dores do corpo e da alma, numa fusão a frio onde se caldeiam psicopoéticas sombras, delicados véus, psicodramas breves, entre a terra e os céus... Psico-estados de alma manifestos de se não encontrar nalgum lugar, um estado garantidamente equilibrado na assumida desigualdade de íntimas viagens.
O barco cansado adorna, desvalido, desprotegido, no sentido pressentido de uma aprisiona margem. Adorna perigosamente no risco iminente de não ser mais do que uma ilusão, uma quimera, uma miragem.
Que em cada um de nós, meu amado, diferentemente, existe um tempo imposto de verificação, de lapidagem. Um tempo em que e sem o qual, o bem e o mal, são mais que opostos, são greda, colagem, mescla confusa e reles entre a carne fraca e o desejo de, simplesmente, decalcar a pele na pele. O sal no sal!
Que, meu querido, em algum lugar, para além do firmamento, existe em mim a suprema convicção de que o que conta, o que importa o que faz todo o sentido É um terno afago, longo e lento Uma brisa mansa, intemporal Uma boca aberta e escancarada, num pueril gesto de gulosa criança, em busca de outra boca geminada e salivada… igual! Que o que conta, o que na realidade mais importa é o decalcar a fogo lento, na matriz do corpo, o sal de um corpo, de pessoa amada e que, por este genésico instante, percorremos meu amante, em chagas ruborescidas, escaldantes areias, dunas alheias e distraídas, na busca ensandecida de um edílico afecto.
Na demanda da flor da rosa, da Rosa do Deserto …
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