
Visões
Data 25/04/2007 18:50:19 | Tópico: Poemas -> Religião
| Amanheceu lentamente Um ar frio rasgava-me a face As lágrimas corriam distraidamente Pela face imóvel Perante tal paz interior.
Olhava em volta Para aquele lugar de magia antiga Entranhada nas raízes da Terra, Que naquele momento se apoderava de mim, Me consumia em sons distantes De violinos invisíveis Que tocavam na minha alma.
A neve caiu sobre mim Sobre todo o meu corpo petrificado Que tremia com as Visões, De mulheres que riam e corriam Por entre as arvores, Mulheres que erguiam as mãos a Lua E a adoravam como a uma Deusa. Imagens que me mostravam Como a harmonia tinha pairado ali Há tanto, tanto tempo atras.
Depois vislumbrei as trevas Que se abatiam ali A condenação de ter um útero, A maldade inata em nós, O veneno que nos condenaram.
Algo esmoreceu em mim A revolta de ter sido assim, Mas algo restou em mim E em todas as que ainda sentem, Nada morreu ali, Apenas se tornou invisível e distante Aos olhos de quem é cego Aos coração que nada conhecem.
Hoje, o sol ilumina em conjunto com a Lua O local onde eu já vivi O local onde eu já morri.
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