
CRIANÇAS ENLOUQUECIDAS
Data 07/12/2008 16:48:27 | Tópico: Poemas -> Sombrios
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Mais uma vez deambulo pensativo, por caminhos inóspitos, seguindo a vontade da natureza, que não se recolhe ao seu estatuto, que, infelizmente, até hoje, ninguém soube cuidar, com o devido respeito, que sua grandiosidade exige.
Dela viemos e a ela regressaremos, pó e terra, que cobrirá, de vez, a vergonha, que é nossa, por não sabermos, viver condignamente, nem entre a natureza e nós, nem entre nós mesmos, seus filhos dilectos, que de nós nunca se esqueceu, desde as primícias dos tempos.
Nas ruas da cidade, brincam crianças enlouquecidas, deixadas ao acaso dos dias, e rosnam cães à lua, espumando pela boca.
Já a natureza a todos bem urdiu e complementou. O nosso mal foi deixar ao total desleixo, a natureza, realizando, que ela se renovaria, a cada afronta, acabando por se extinguir várias espécies, desde a flora aos animais, terminando por interferir, definitivamente, com o ciclo natural, que fazia deste o nosso Mundo.
E cada vez mais, é de reparar, que, as pessoas, perdem o uso da razão, enchendo hospitais, entre fobias e demais extravagâncias, pois perdeu-se a ordem, que as fazia pessoas sãs e produtivas, onde sentiam-se incorporadas, em algo maior que elas, e, que as conduzia e fazia felizes, mesmo tendo poucos luxos, que não passam de um desvario completo, tomando conta, dos filhos do plástico e do sintético, que nem uma árvore reconhecem e sua enorme importância.
Ah, não ser eu, qual verme, rastejando, por debaixo da terra! Convertendo-me em húmus, que voltasse a dar vida à natureza, que, meu corpo, sempre foi uma entrega completa. Voltar ao inicio, repondo uma vez mais o ciclo e a ordem. Acreditar nas pessoas, dando-lhes novo ânimo e sentido.
Jorge Humberto 06/ 12 /08
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