
PRESO À FORÇA
Data 29/11/2008 16:50:03 | Tópico: Poemas -> Esperança
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Por entre caminhos improvisados, repletos de mato solto, que vai dificultando, a minha passagem, e tendo por fronteira o rio, que corre solto, suas margens, cheias de galhos secos e pedras, tento achar uma aldeia, onde as pessoas, me aguardam, de braços abertos, levando-me para dentro de suas casas, e, sentando-me, em mesas rudimentares, enfim alimentar-me, bebendo do bom leite.
Encontro-me em fuga, num país estrangeiro, apenas por inaptidão, aos costumes do país em questão. Assim resolvi fugir, do imenso castelo, saltando uma janela aberta, para a noite e para o total desconhecido, com vozes conhecidas no meu encalço, chamando por meu nome, em vão.
A essa altura já eu tinha escolhido a linha do comboio, pois sabia, que iria dar a algum lado. Mas minha visão era parca, pela inexistência, de qualquer luz, e, aqui e ali, por tremendos sustos passei, ao sentir animais selvagens, no restolho, e, veio o medo, de poder vir a ser atacado.
Entretanto apercebi-me, de um monte, repleto de árvores, e resolvi desviar meu caminho e subir, até ao seu cimo, e, aí, fiz minha cama, até o sol surgir, pela manhã. Descendo o monte, encontrei um carro, como uma jovem da terra, que, sem preconceitos, um lugar em seu carro, me dispensou, dirigindo-se, para o centro principal, da aldeia.
Já aí, e, depois, de me ter pago o pequeno-almoço, fui falar com os vários camionistas, que ali se encontravam. E, de fala em fala, consegui que um deles me levasse, até à estação de comboios, mais próxima. Pessoa afectuosa, conversamos todo o caminho, chegando a Montpellier. Descendo agradeci e fui comprar meu bilhete, de regresso a casa, até ao meu querido e excelso Portugal.
Jorge Humberto 28/11/08
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