
FUGA (ZÉ POLINÕMIO)
Data 19/11/2008 22:38:25 | Tópico: Poemas -> Alegria
| FUGA (Zé Polinômio)
Não choro, não falo e não canto A solidão ri de mim com gestos obscenos As paredes me cercam (são quatro) Estão armadas. (com concreto armado) A fala não sai. O choro não vem. Nesta noite pretendo fugir pra São Luis; Embora saiba que lá a poesia casou-se E que o ultimo poeta enforcou-se. Mas disseram-me que ainda resta o mar E meu coração pintado de azulejos
O choro que prometeu vir Não veio. E o riso? Nada. (no mar de São Luís) E a solidão? Continua a debochar de mim. O silencio é tão silencio Que não me deixa falar do presente Sei apenas que existe É real como essa luz E como essa dor que persiste Fugirei ainda nesta noite Depois de subornar as paredes E denunciar a solidão
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