
FILHOS DA NATUREZA II
Data 19/11/2008 11:33:40 | Tópico: Prosas Poéticas
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Como tudo é lindo, de se ver, sem a preocupação urbana… e crescem flores, nos beirais das janelas, abrindo-se ao azul do céu, e, ao calor estimulante do sol, que, reverdejando, são alegria incontida, para nossos olhos cansados, de mal tratos, que serão o pão-nosso, de cada dia, razão de nosso desvelo.
Caem algumas gotas, do róscido da madrugada, dos estores, dados ao calor do sol, que tudo ordena e traz vida à vida… e ponho-me a pensar, em como tudo seria bem mais simples, se nos contentássemos, com aquilo, que, a mãe natureza, nos oferece, sem pedir nunca nada em troca, senão que a respeitemos.
Ofereço meu olhar, ao teu corpo, ainda adormecido, apenas com um transparente lençol, cobrindo a beleza de todo o teu corpo, e, sorrio, por te imaginar sorrindo, em teus lábios melífluo… de volta à janela, aberta ao mundo, reflicto, e, chego à conclusão, que apenas nos falta, a tranquilidade silente, de um momento.
Afinal, e, apesar de sermos diversos, tudo que nos traga bem-estar, é aceite de bom grado e todos percebem seu significado singular… então, neste aparente contra-senso, não somos assim tão diferentes, há sim uma luta lá fora, roubando sentimentos e discernimento, e, onde antes havia rosas, hoje temos cardos e falta de iniciativa.
Já de sorriso nos lábios e nos olhos, que te põe lindo trejeito no rosto, acordas finalmente, de teu sono merecido e perguntas-me o que faço… respondo-te, que, da janela, vi as coisas mais lindas, que nos é dado ver, chegando porém, à triste e desolante conclusão… o mal do Homem está no seu egoísmo e prepotência.
Parecendo perceber-me, partem os pássaros, em debandada… o jardim esmorece, e, as flores, fecham-se totalmente em concha… e o sol, que ora reinava, escureceu, detrás dos montes, ao longe, tão longe, que nossa vista mal alcança, e, desce uma tristeza repentina… já na rua, as pessoas passam desconfiadas, e, o ciclo, não tem fim.
Jorge Humberto 1 8/1 1/08
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