
ELIPSES DE AMOR
Data 19/04/2007 23:29:49 | Tópico: Poemas -> Amor
| Porque sinto frio quando penso em ti, e ao mesmo tempo calor Desenhando nos meus mundos escondidos
Elipses de amor
Dizem que o mundo é redondo, mas não acho tal extraordinário Porque se tal fosse a terra não estaria ao contrário E eu não te amava na sensação estranha de ao mesmo tempo não amar Sombra que anda desencontrada da luz, destinadas ambas a nunca se encontrar
Redondo ou não era engraçado que tudo não passasse de um imenso plano Onde eu faria planos e engendraria mil e uma formas de dizer que te amo Caminhando para te encontrar sem parar até ao final do sonho, da terra Colhendo os seus frutos pelo caminho e dando-tos no fim da odisseia, pessoa terna
E eu que nada percebo de matemática e muito menos de geometria Por ti as mais sublimes catedrais de afecto a ti desenharia Passando as noites a imaginar Como seria o planeta redondo, como seria o bafejo perfumado teu amar
E por isso, na minha eterna ignorância matemática E por isso mesmo tremendamente problemática Faria as contas de um mais um não serem igual a dois Serem igual a um, conta que protelo sempre para depois
De mais uma madrugada demasiado bem regada E em companhias voláteis que não são tu, pessoa amada Em exageros infinitos que parecem não terem fim Que são o espelho do que eu estou a fazer a mim No desespero sóbrio e demasiado bem contido De nunca quereres estares comigo E por isso…Parto espelhos, rasgo contas, exerço a lei do impossível Nada tenho a não ser o que sou, mundo imenso, mundo risível Onde, não perguntes porquê, ainda assim consigo ser feliz Não perguntes porquê, porque da mesma forma que as minhas contas estão erradas, Da mesma forma há pessoas assim Escondidas de si próprias, na sua peculiar geometria Sou assimétrico nas minhas múltiplas facetas de sonhador Esboçando e delineando eternos carinhos que se podem ver nas minhas
Elipses de amor
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