
ENTRE O CÉU O MAR E A TERRA
Data 29/10/2008 16:44:08 | Tópico: Prosas Poéticas
|
Emirjo do mais profundo azul, das águas onde me banho. Sentada na nossa rocha preferida, aceno-te minha saudade, enquanto tu me dizes, chamando por mim, ao vento, que já se faz tarde, e, que, as andorinhas, há muito já partiram, para lá do horizonte, a nós dado. Vendo, que o céu escurecendo vai, e, a água, vai-se tornando mais fria, resolvo-me a dar-te ouvidos e nado para terra, onde me esperas, sorriso nos lábios, braços abertos, para aquecer meu corpo enregelado. Como um tónico rejuvenescedor, depressa retomo a respiração e contenho o frio… brinco contigo e comento, apaixonado, que tua beleza, empalidece o céu e tudo, ao seu redor. Ganhando uma pequena cor rosada, não escondes a timidez, pelo meu galanteei-o, e, chamas-me de tonto! No seixo, só nosso, de mãos dadas, sentamo-nos entre o mar e o céu, e, ali ficamos, imersos nas cores, que se vão diluindo, consoante o sol se esconde, dando lugar à noite, nossa companheira e confidente, quando precisamos de nos ausentar, pois é ela a guardiã, de nosso amor, sem par. Num último olhar, para lá do mar, antes de nos levantarmo-nos, caminhando tranquilos, no regresso a casa, a coruja pia, mia o gato, e, urdindo, um longo beijo, que tem seu reflexo nas estrelas, estas nos guiam, como que conduzindo algo solene.
Jorge Humberto 28/10/08
|
|