
AINDA O OUTONO
Data 27/10/2008 16:42:33 | Tópico: Poemas
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Dúctil, esquivo, persistente o sol teima em dourar as manhãs, do Outono chegado, inda faz pouco tempo, no tempo corrido.
Posso testemunhar, que os dias, já não são iguais, o frio tornou-se quase diário e as noites, chegam agora bem mais cedo.
Nisto as pessoas entram numa total metamorfose: de manhã saem à rua, de roupa levezinha, à tarde vestem casacos, levantando a gola ao vento.
Sem aflição alguma, que se denote, os passarinhos, às janelas, continuam a cantar, chamando as fêmeas, que se encontram mais à distância.
Em vão procuro alguma andorinha, que se tenha atrasado, e que, por aqui, tenha resolvido ficar, para que se possa apreciar, seu voo majestoso.
Mas não! Partiram de vez! Aguardo a primavera com calma, pois, todas as estações, têm seu ciclo, que lhes é devido.
Outono é um pastel, de um paisagista, donde predominam os amarelos, os castanhos e os vermelhos, e, os jardins fenecem, em toda a sua cor e doces fragrâncias.
Não mais o cheiro a terra… tardam as chuvas! Só a hortelã persiste, por entre as ervas daninhas, num grato olor, invadindo nossos sentidos… e há um louva-a-deus, estático, esperando sua vitima, por entre o emaranhado de ervas.
Outono das mil e uma cores, que vieste para ficar, certifica-te, que te engrandeces, perante todos os que por ti passam, de manhãzinha até à noite, trazendo-nos a tranquilidade de teus dias, meio que pardos.
Jorge Humberto 26/10/08
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