
LAS CALLES DE UNA HERIDA ARGENTINA
Data 24/10/2008 13:33:22 | Tópico: Poemas -> Tristeza
| LAS CALLES DE UNA HERIDA ARGENTINA
Viver eternamente a esperar o ente que nunca virá. É esta a sina daquelas Ondinas da esperança Que perderam seus amados jardins de Girassol Em tempestades ainda nada remotas. Almejar, quando vejam uma estrela cadente cair Por sobre o soalho da Terra, Que esta, ao verter, traga consigo senão a notícia de que seu Girassol Ainda diariamente floresça, Ao menos, possa trazê-lo, Mesmo que o seja sob a melancolizante veste das cinzas, Para poderem inumá-lo, pondo-o, então, dentro da cálida e Refrigerante sepultura das águas altruístas.
Viver eternamente á espera da volta da prole de seus girassóis: Sim, este é mais um fardo a ser carregado Pelas caçadoras do mais sublime arco-íris. Rezar para que seus netos enxerguem Além da máscara de bondade que oculta a lídima face Dos discípulos de Medusa, Querendo, assim, se dirigir á terra pátria E ancorar seu navio no porto da sua verdadeira genealogia. Esta é chama que as mantém firme quando a aurora anuncia a Chegada De um outro dia.
Viver estacionadas no cais da espera da volta Viver na expectativa de que um dia possa reflorescer A amarela flora Viver á espera de que se abaixe sobre si A gama de raios do sol de outrora Se preciso for, Transpor os raios do sol da contraluz da vida Para testemunhar a colônia de Hitleres-parasitas Ver-se soçobrada quando verter sobre sua torpe matéria O fogo da inclemente embora morosa Justiça Ah, esperar, esperar Esta é a sua maldita sina!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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