
A SEMÂNTICA DO ESCURO
Data 09/10/2008 11:28:04 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| A SEMÂNTICA DO ESCURO
Avatar sem girassol Em que o vácuo da claridade prepondera: O reino da contraluz, Ao subjugar-nos com o seu viço De leonina fera, Faz com que tenhamos o insólito poder De não estacarmos a nossa visão Na dimensão da epiderme do oculto, Mas de forçarmos o olhar A viajar para muito além Das vísceras da cratera, Jacentes ainda no átrio do mundo.
Confinado na órbita Do breu de orvalho, O pensamento deixa De ser a inane rocha E passa á condição de fluxo: Eterna queda d’água harta Em mágico plenilúnio.
Leve e sem abrir mão Da sua índole inconsútil, O pensamento, ao despir-se Da armadura enclausurada No dna do universo fabricado, Deixa pulular, Em seu solo recém libertado, A flora do Nirvana da razão Quando sob o soberano jugo Da óptica betúmica imensidão.
Então, sob o manto do visual negrume, A percepção apura-se Pois se dissolvem as onipresentes mentais brumas E a verdadeira cromática da claridade, Triunfante, assoma e todo o córtex invade Como se fosse a glória da metástase!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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