
CHOVE ENQUANTO ESCREVO
Data 08/10/2008 15:54:11 | Tópico: Poemas -> Saudade
|
Na doce ternura, de quem repara a chuva caindo, acendo um cigarro e vou à janela, fechada, para todos os efeitos, e, o vento, soprando rumores, indicia tarde chuvosa.
Tudo parece intensificar sua textura e cor, desde as folhas, das árvores, mais verdes, do que é costume, até às flores vergando, ao peso das águas, que caem, insistentes.
Ao longe como que zurzido por pedrinhas, a chuva ao cair no rio salpica por onde cai, deixando sensação de um certo desnorte, principalmente para pescadores perdidos.
Chuva e vento, inundam a terra de cheiros e demais fragrâncias, expostas ao relento. Nada escapa ao seu fulgor e a intensidade é tal, que, nos deixamos absorver, por ela.
Alheio a tudo isto, meu canário branco pia e canta odes graciosas, animando este dia cinzento, onde o céu, parece se esconder, envergonhado plo mau humor do Outono.
Particularmente é neste ambiente que me sinto mais inspirado pra urdir meus versos. Não me perguntem porquê, mas as chuvas trazem-me a tranquilidade, que eu anseio.
E, assim, enquanto vento e chuva, insistem no obedecer à natureza, fustigando tudo e todos, no sossego de meu quarto deixo-vos este poema e alguma nostalgia do passado.
Jorge Humberto 07/10/08
|
|