
Desespero
Data 01/10/2008 18:56:21 | Tópico: Poemas -> Sombrios
| “Sou um fantoche do destino”* Neste caminho de ilusões me encontro e atenuo Destino onde pereço e me desnudo Onde em desatino desfaleço. Ah queria sentir o quente do humano ciúme Perder-me nesse amado queixume Que nos indica o querer e desejo amado Mas fantoche já sou e recusado, Fui por desprezo e vã memória desdenhado. Quis não mais que as palavras trocadas e partilhadas Em noites com silêncios entrecortadas, Naquele beijo que a boca sedenta desejava E o corpo de paixão e prazer implorava. Fui do destino um simples nada Naquela hora em que nada mais almejava Que ter em meus braços a coisa amada E em seus ouvidos a minha magoa escutada. Mas para longe partiu em riso de gozo e em braços levada Tapando o entendimento ao desejo que a chamava. Não mais ideias entendidas em noites de crescimento Não mais palavras e troca de sentimento. Que é vã seu querer e fraco alento, Por outros tido em sofrimento. Outros são quem lhe alimenta a razão Que lhe beijam em falsas promessas o coração, Quem mundanamente, lhe entrega falsa ilusão. Assim me deito neste destino desfadado, Em que em negra noite fui recusado, E jamais em seus braços sepultado!
*William Shakespeare in "Romeu e Julieta"
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