
HORAS NOTURNAS(REPUBLICAÇÃO)
Data 01/10/2008 13:38:10 | Tópico: Poemas -> Tristeza
| HORAS NOTURNAS
Quando bate a modorra, reluto incançavelmente para não sucumbir á efêmera morte diária a que me impõem os contínuos breus dormentes, os quais me fazem jazer sobre a cama do esteio da velha solitude teimosa que comigo aporta nesta alcova nova.
porque quero muito ficar ao sabor do fraternal masoquismo dum recente relicário de rios que inexplicavelmente sem sentido se esfumaçam: afinal sem saber-se refluentes. Sem saber se exatamente poderão talvez um dia desses voltar á sua congênita forma. No entanto, eu bem sei: eles não são molas!
Ah, me pego subitamente afogando-me nas águas profundas do divagar onde alfobram o titanismo e seus devotados miasmas garridos. Entretanto, uma vez mais, para o quarto retorno. Me fixo na janela a contemplar o fluir e o refluir das relíquias fraternas que, na estrada saudosista da memória, perpassam lépidas. Sim, então, sob o peso da dor, sobre o leito, desmaio. Com efeito, sob o peso das águas que não jorram, no catre, eu mortamero cansado! Cansado de olhar o rio que corre. Corre cheio de desapego: desapego ao passado ainda tão claro. JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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