
NO CORRER DA MANHÃ
Data 30/09/2008 16:01:34 | Tópico: Poemas -> Alegria
|
No raiar da manhã fragrâncias invadem a casa, percorrendo os quatro cantos. Lá fora os corvos, estridentes, como só eles, exigem seu lugar, debaixo do sol.
Buscam os frutos caídos durante a noite, saltitando de jardim para jardim, negros, bem negros, de olhos vermelhos como chamas, de beleza a ninguém indiferente.
Apenas a nossa cadelinha, late sem parar, reafirmando aos audaciosos corvos, quem ainda manda ali, correndo atrás dos biltres, fazendo-os partir, numa louca revoada.
E eis é chegada a hora do pequeno-almoço, com o cheiro a pão quente, abrindo apetites mais vorazes, depois de uma noite, bem dormida; e, há uma alegria salutar, à mesa.
Depois de espantar os corvos agoirentos, até a nossa cadelinha, viu a sua refeição reforçada, e, roçagando nossas pernas, foi vê-la comer com agrado, solto granulado.
Agora que todos partem, um a um, para seus afazeres diários, despedindo-se, à distância, a casa parece tornar-se enorme e vazia, com as janelas absorvendo as imagens recorrentes.
Jorge Humberto 29/09/08
|
|