
E POR FALAR DE CHUVA
Data 06/09/2008 16:40:44 | Tópico: Poemas -> Alegria
|
E há uma chuva persistente, bem para lá de minha janela, aberta ao mundo e aos recantos mais fugidios.
De tão persistente, tudo molha: árvores, jardins, animais e pessoas… num leve romantismo, na sua partilha com a natureza.
Gris se mostra o céu, prenhe de nuvens cerradas. Dir-se-ia, que é chegada a hora, de todas as nostalgias.
Entanto não deixo de reparar, que os pescadores, estão de regresso a casa, dando ritmo endiabrado a seus barcos, para que logo aportem, na foz ansiada, e, possam, assim, abraçar a saudade de seus filhos e esposas.
Chuva, mãe de toda a abundância, não cessa seus desígnios. E há um cheiro a terra, prenúncio de vida, pronta a despontar, filigrana a filigrana.
E um jovem, mais apaixonado, enfrenta a intempérie, para interiorizar num jardim e escolher a flor preferida, de sua amada: vejo-lhe no rosto limpo e nos olhos a surpresa, que ele julga, por ela desejada.
Quanta beleza, há na chuva! Cai porque cai e assim está certo.
Fora eu um louco e andaria ao seu ensejo, quem sabe rindo de mim mesmo, ou no sabor inolvidável, de fazer parte de sua intrínseca beleza, que não regateia o quê ou quem molha.
E há uma chuva persistente, para lá de minha janela e todo o verso é pouco, para dizer de minha alegria.
Jorge Humberto 05/09/08
|
|