
Fedor
Data 30/08/2008 15:08:40 | Tópico: Poemas
| Desperta o fedor E não posso sentir nada As suas asas imutáveis No negro nem matriz nem gradação. Apenas um sarjeta imunda na profundeza ónix A cavidade total da imundice, afunda-me. Imunda-me na interminável espessura Do meu corpo de lama Como uma sombra letal Como um lento ácido, que corroi. Percorre meu corpo que se arrepia, escutando O terrível arquejar, os longos estertores De milhares de seres moribundos
Caio, tropeço, fujo Alucinada, desorientada.
Aquele cheiro nauseabundo com asas de gigantesco corvo Persegue-me Fere por todos os lados os poros da pele Com perfurantes bicadas. Desesperada corro queimando-me na repugnância Que chega ao limite último do fedor À degradação total Suas mãos tocam-me. Horror! Horror! Vou tomar banho Que fedor!
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