Eu, Simples e Só

Data 22/08/2008 15:41:29 | Tópico: Poemas

Solidão!
Palavra que corrói… implacável
A verdade escondida no escuro,
A prisão com seu alto muro…
Um sentimento infindável
Qual dor de ouvir um não.

Choque frontal de memórias
Que lembram o que já esqueci,
Turbilhões de ideias apagadas,
Velhas histórias de fadas,
Que outrora li e ouvi
Vindas de canetas, essas verdadeiras glórias.

Vejo o futuro num relógio pendular
Nas horas que já passavam
Pelos seus ponteiros de rugas.
Milhentas rábulas antigas
Recordando batalhas que se bateram
Em veias que não voltam a pulsar.

Vida sexual cultivada
Como se fosse… religião!
Forma de vida desgrenhada e inferior
Sem interior ou exterior,
Como se fosse… deformação!
Carne humana amada, usada.

Sangue derramado,
Líquido doce e insaciável,
O vinho inebriante da nossa coragem
A droga da guerra, a eterna viagem
Sem volta, sem glória, inatingível.
Mórbido fado.

Reflectir?...
A reflexão é para teimosos e escroques
Que se debruçam sobre desconhecimentos
E acasos da vida que foram acontecimento
Obras de arte cheias de maus retoques.
Reflectir é denegrir, fingir.

Eu?!
Lembro-me e escrevo,
Alcoolizo-me com tinta de caneta
Durmo e ressaco onde quer que me meta…
Sinto-me pertença das ideias, um escravo.
Quero ser livre… quero ser só eu.


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