
parábola
Data 22/08/2008 15:15:34 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| “vem, serenidade, Para perto de mim e para nunca.” In Serenidade és minha, Raul de Carvalho __ chamo-te uma e repetidas vezes na manhã dos dias que vogam as frias ondas nas crinas das searas.
chamo-te em sentimentalismos dramáticos em anagogismos tamanhos em urdiduras de lavas dispostos numa melodia vegetal de cheiros de cor…
[retenho-te, encruzilhada, em interpretação mística dos sagrados livros.]
chamo-te … e tu chegas. num Outono de tua vida criança em meu colo de mulher. [onde t’abrigas].
trazes a fadiga dos homens, o cansaço dos teus sonhos adiados e a fome. a fome e a solidão das mãos e a expressão do afecto em parágrafos abertos.
… e tocas-me. lirismo torrencial, se escorre ...
e cada instante é mar aberto e cada palavra é peculiar parábola de nós, pontos menores, a tender para o infinito.
vem, serenidade, crava-me esporas na alma e veste a minha face oculta a face de lua negra da cor da ousadia carmina cor, apostrófica e sanguinária, de praias da Polinésia…
vem serenidade, revela-me,'inda que tardia, despe-me de pudores inusitados enche o meu corpo de pecados, fugazes sejam, mas de uma simplicidade perfeita…
vem, serenidade... beija-me. liberta-me desta solidão angustiosa e deixa, deixa que na tua mão, me esventre, vasta e gloriosa. ...“vem, serenidade, ."
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