
Florescências
Data 21/08/2008 05:10:13 | Tópico: Poemas
| Florescências
Vivo agora esses tempos secos... Galhos sem nenhuma folha. Nua de sensações verdes, Dormência... Sem serventia para abrigar pássaros, Presa fácil dos ventos de agosto, Conivente com a aridez da paisagem, Parte dela...
Assim descoberta, permaneço, Á mercê dos vendavais, Quebrando e retorcendo os galhos. Paisagem triste, outonal refrega, A amarelar sentimentos, A derrubar florescências temporãs, Sem nenhuma seiva que as alimente.
Ali permaneço esperando, Que as chuvas voltem, criadeiras, Para rebrotar de mansinho, Galho a galho, Ponteando de verde claro, A umidade fecunda das seivas.
Ali permaneço ávida, Dos cuidados do jardineiro: Toques carinhosos de mãos, Que sabem como cuidar-me Aduba, afofa, revira a terra; Tapete aconchegante e fértil, Que fará crescer, Flores coloridas e perfumadas, Para enfeitar o frescor dos dias. Frondosa árvore onde ele, Poderá enfim colher, Os doces frutos do amor.
Pena, O jardineiro não vem! Das chuvas, nenhum sinal! Só o vento assobiando, Sibilante som de espantar nuvens, Cinzento céu de prenunciar tormentas... Escuro véu nessas horas lentas.
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