
CUANDO YO AMABA CAMINNAR POR LAS CALLES DEL TIEMPO
Data 13/08/2008 13:39:38 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| CUANDO YO AMABA CAMINNAR POR LAS CALLES DEL TIEMPO
Devo acreditar que assim que me depreendi como pessoa, De imediato, soube ser minha sina trilhar A estrada da vida sem companhia alguma Senão toda, ao menos, boa parte dela. Afinal, percebi ser a dama Dos moinhos que geram e impulsionam o vazio A única companheira de que disporia para chegar ao crepúsculo Do caminho.
Sim, a sofreguidão do meu pessimismo tanto almejou Que cá com ela estou cerzido. No entanto, não, não foi ela a quem o meu ente quis. Não, antes ansiava integrar-me á expansiva realidade que paira Sobre o céu dos medíocres e, muito profusa e irregularmente, Sobre a celeste abóboda dos corpos primários: Os quais se põem tão próximos e distantes dos rebentos Do anonimato quanto possa a sua vontade de magnos astros.
Não, apesar de sempre estar cônscio de sê-lo, Nunca, verdadeiramente, fui um inane corpo opaco ao sabor do Quase gélido vento como o sou nestes últimos dois anos, nestes Últimos vinte quatro meses, nestas não muito longínquas e quase Incontáveis semanas, Nestes derradeiros dias, neste exato momento! Quão temerário eu era quando batia pé-firme ao afirmar Sê-lo. Na verdade, a luz da vacuidade jamais me tocou, Pungentemente, o peito como neste conciso instante Em que, não sei se injustamente, ressoa em meus pensamentos A palavra odiento. Não, é drama meu, com a toda certeza, eu o Creio.
Mas, de todo modo, a rajada de ar frio que roçagava meu rosto Era inócua poeira dispersa, grão de areia de um arrogante Abstracionismo egoísta e mau profeta.
Agora, contudo, a flor do vácuo se faz tátil e cruelmente Concreta. Ela, engolfada em córregos intermináveis de ausência, Pontua-me soberanamente a imprevisível malha Viária da existência: Na verdade, as três dimensões da sala de casa: Teto, parede e chão. Sim, estes nichos representam a tridimensionalidade da dolência que aporta na mente minha E no meu coração.
Enfim, me dissolvo na manhã que o ocaso leva. Sou feto quando o dia o sol enceta. Renasço e viro homem ao agarrar horizontes novos Sem jamais olvidar a importância daqueles que me formam Ou dos que outrora me moldaram arco-íris teimoso.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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