
Desespero existencial
Data 12/08/2008 01:31:28 | Tópico: Poemas -> Reflexão
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Hoje, sento-me à beira do abismo Olho a rocha escarpada Perpendicular ao mar Esse mar revolto que me atrai Hipnotizada sinto o anjo negro Num abraço de morte O negrume penetra minhas entranhas Meus olhos raiados de breu não te vêem Raízes seculares sugam a água da encosta Meus pés desnudos estáticos Pisam os espinhos das rosas mortas No céu as nuvens pardacentas Cobrem-me de saudade Na minha mente imagens pintadas de sonhos Rasgam-me a alma como garras felinas O meu corpo alado ergue-se Pronto a arrojar-se No escarpado negro da morte Minha mente hesita Meu corpo estremece de desejo É tão fácil voar até ao mar Permanecer voando no infinito Não sofrer, não pensar Apenas voar, sem passado Sem presente, sem futuro Sentindo a alma navegar Ao sabor da brisa divina Ah! como é tão fácil Morrer e não pensar. Atiro-me feliz Nos braços negros do vácuo Sucumbo mais e mais Sem gritos, sem dor Seduzida pela pulcritude do limbo
No limite do teu desespero existencial, é isso que sentes, tu que queres morrer? Interrogo-me perplexa, sem respostas e tu amigo que lês este poema sabes responder? Porque desiste de viver aqueles que se suicidem? Que desespero tão profundo os levam a querer morrer, será mais fácil desistir ou lutar pela vida? Reflecte, analisa e conclui ….
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