
TRISTES MÃOS (Alguém quem fui)
Data 12/03/2007 12:30:00 | Tópico: Poemas -> Tristeza
| Tristes mãos que não alcançam outras, Lúrido luar, sonhos perdidos como um coração Que repousa, não palpita às coisas Como o canto de um cisne ciente De sua morte e cala-se: lamento, Pranto que inunda tod’alma.
Na efêmera areia do tempo Descansa o veneno para toda dor Que pulsa no sangue, artéria, veia Com a música de tal morbidez.
E estas tristes mãos que velam Em um sono profundo e que se ferem Com espinhos de ilusões Neste avulso mar da vida, Sangram, sangram como um vaso Perdendo toda essência – só mais Um vaso quebrado cuja alma Impotente sepulta-se em seu Crepúsculo...
Anoiteceu... anoiteceu como as rosas Negras definhando! Anoiteceu em alguém Quem fui... agora, perdido Com estas tristes mãos abandonadas.
Vivo ao desencanto E engano de mim mesmo Como flores mal-tratadas.
Anoiteceu e este crepúsculo Que se ascendeu em minh’alma Não se dilacera! Anoiteceu em alguém Quem fui.
Um corpo translúcido que corre Pelos bosques de paixões perdidas Sob os taciturnos sonhos de alguém Que foi esquecido.
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