
Sibilam pedras na encosta
Data 12/03/2007 11:41:39 | Tópico: Poemas
| Sibilam pedras na encosta quando a noite vermelha se anuncia desnuda de sentido. Quando a Alma insana vareja entre a plana Planície e a árida bainha marítima. E as vozes dos gestos detonados nos rumorejam a força intempestiva do desejo.
Num jogo de espelhos envelhecidos - a ponto sombra e a ponto luz -, a cidade adormecida antes de nós, reabilita-se no oiro bruxuleante de candeeiros antigos. No Cais de onde não partem ou chegam barcos, elevam-se nos mudos bicos das Gaivotas, dores, gritos...
Ondulam-se na Planície os Sobreiros e aqui na orla, seculares Palmeiras. Corvos coreógrafos encenam novas coreografias em madrugadas infinitas, para além do que a vista alcança. Voláteis danças.
Sibilam pedras, rolam destemidas na encosta, afundam-se em quedas abissais. Rebolam bojudas em prantos ausentes de fragrâncias.
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