
Manhã de agosto
Data 05/08/2008 12:10:16 | Tópico: Poemas -> Góticos
| Miríades de vórtices vertiginosos despertam-me, Feito estrelas tombadas pela tempestada na praia Com gosto de sangue tranbordante na boca Meus olhos acostumam-se com o sol filtrado pela janela.
Pontos luminosos tateam na penumbra vaga e cinza da manhã de agosto, A esperança de ontem sumiu feito qualquer dia abortado,vejo-me no espelho gradativamente sumindo,translúcido, A manhã de funeral saúda seu Rei apodrecido.
Paredes parecem mover-se para esmagar, Feito calabouço o teto alto desaba, Despejo vômito sulfuroso pela garganta atravessada, Feito grito apelativo de socorro abafado em soluço convulsivo, Levanto corajoso fraquejando caio, Machucado e confuso partido feito osso de vidro, Não desejo mesmo agora voltar.
Longas escadas levam ao mausoléu, Plantas parasitas enroscam-se nas lápides em anjos espirais, É cedo,nenhuma voz é escutada, nenhum passo, Embora sua presença seja sentida como opressão maligna.
Manhã de agosto, manhã de funeral, Meu cadáver desgostoso medita em Umbral sereno, E até que a noite proteja-me ocultando certos pensamentos, A dor se fará constante tolhendo minha alma.
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