
Doppelganger
Data 04/08/2008 12:54:00 | Tópico: Poemas -> Góticos
| Após o último velório herdou a casa da colina E persignaram-se quando abriu seu pórtico majestoso, Grandes correntes pendiam das paredes altas , Uma aranha disforme foi esmagada com a sombra imóvel de suas pernas.
Há muito um hércúleo esforço o conduzira mas perdeu-se, Preferindo abandonar a si mesmo e cada vez que o demônio abatia uma criança, Olhos grandes e escuros brilhavam do alto, Feito a lua parcialmente eclipsada do apocalipse imaculado.
O estômago implorava com sangue coagulado E a sede secou os lábios delicados e entreabertos, Respirando fracamente não saiu do quarto,o mais alto, Onde viu pela primeira vez a própria imagem repetindo gestos e expressões emudecidas.
Na noite de novembro costurada com farpas e prostituída, Nenhuma luz ergueu-se dos túmulos próximos, no entanto, Inalava-se a poeira de séculos de sofrimento E nódoas tristes escorriam tomando o chão esgotado.
O tempo escorreu com uma ferida aberta de soldado, Sem aviso desmaiado o século se vai Não há ninguém lá fora exceto o coveiro, Permanecendo a paisagem feito um quadro de Munch através do bosque circunvizinho.
Distante,não o suficiente o reflexo saudou seu dono, Quando a percepção de que não era sonho havia criado raízes firmes e resolutas, O esqueleto caminhou para onde globos oculares rolavam nas órbitas fundas,temeroso, Enquanto fora de casa a assombração persistia ironicamente através de seu medo contagioso.
Uma grande nuvem acercou-se da casa decrépita Encobriu sua torre pontiaguda de lança faérica A face do prisioneiro foi manchada com sangue e depois escondida, Na escuridão espalhada de sua pequena janela.
Não havia mais dia e noite, Um retrato sem cor tomava toda parede Com receio de ver o fantasma gêmeo que sussurrava estacou apoiando-se nas grades, E apodreceu de pé com olhos fortemente fechados.
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