
DISCREPÂNCIAS
Data 31/07/2008 15:48:17 | Tópico: Prosas Poéticas
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Porque sofrem assim tantas pessoas, se neste Mundo tão belo, há espaço, para todas elas?
Se escrevo, meu primeiro sentido, é cantar loas, mas como levar minha palavra, a quem vive em favelas?
Pobres crianças, deambulando, a meio à imundice; em sua inocência não medem riscos nem doenças.
Pergunto-me, como pode haver, tanta canalhice, de pressupostos nobres e condessas,
passando imunes, a todo este grande sofrimento, e inda atribuindo culpas, a quem em desgraça vive?
Não têm por elas, o sagrado juramento: aos necessitados ajudar, como tudo que revive.
Meu sono atribulado, revê em catadupa, tal incongruência; e não raras as noites, acordo em desespero.
Hoje em dia, joga-se com a falsa inocência, de que quem não vê, não tem de prestar seu esmero.
Ah, mas tudo isso foi parido, pela puta da mentira! portas fechadas, a tudo e todos; grades na janela.
Porque quem aos outros, o pouco lhes retira, enfeita a imensidão das casas, à porta sentinela.
Pobre mundo, parcial e pungente! vede teus filhos, suplicando só uma atenção.
E reparai, no chão dormindo, esta gente, que há muito endureceu, sofrido coração.
Jorge Humberto 30/07/08
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