
Fragilidades
Data 31/07/2008 13:07:27 | Tópico: Poemas -> Amor
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Hoje revi-te naquele filme antigo; com um baque no coração, vi-te, de novo menina, delicada, linda.
Desses tempos da nossa vida, imagens como leves marcas sobre a areia, que as secas, as chuvas e os ventos afinal não chegaram para apagar...
Tão distantes, desligadas da memória, simultaneamente doces e penosas;
Se pelas imagens soubéssemos o que os dois éramos, antes da vida sobre nós ter desabado, em cujo percurso a memória se esqueceu...
Tão frágeis éramos, na nossa mocidade; tão náufragos naquele mundo, já perdidos, nas ilusões em que sonhávamos partir, já no dia seguinte.
Em que momento, e porquê, os nossos doces olhares ter-se-ão perdido pelos caminhos?
Ou apenas, por momentos dilatados, ocupados, não por doçuras, mas por fados, por quanto tempo nossos olhares terão seguido outros caminhos, perdidos um do outro?
Éramos frágeis. A nossa pureza foi frágil. Hoje, não sei como chamar a esta nossa força de amar.
Mas, depois de endurecido pelos anos, ao rever o teu lindo rosto, sorrindo para mim, como ainda me sinto frágil!
Como ainda sinto a paixão, como ainda sinto que outra não poderia ter sido a minha vida!
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