
Perdoa!
Data 29/07/2008 19:36:04 | Tópico: Poemas -> Dedicatória
| Perdoa! Sei que não consegues ficar Indiferente à minha indiferença Talvez porque saibas Que no fundo não é displicência o que sinto Porque me lembro de ti Porque quero que sejas feliz Porque te pressinto o sofrimento
Fico dispersa é certo Distraída com a vida galopante que me atordoa Mas penso em ti e quero-te bem E é tão fácil carregar numa tecla do telemóvel Ouvir a tua voz e escutares a minha apaziguando-te Como se me tranquilizasse a mim também Como se te aliviasse os medos com os meus temores!
Mania da telepatia Como se os amigos me pudessem captar O que me vai no pensamento E depois admiro-me quando gritas o meu nome Num pedido de socorro Quando me dizes que estou fria, indiferente Que não te ouço nem te digo palavras de refrigério Para alívio dos teus desgostos
Escuto-te, leio-te Tens razão! Ando longe, estou longe Bloqueio quando devia acarinhar-te Fico hirta quando devia abraçar-te! Silencio quando deverias ouvir a minha voz! Mas talvez esteja arredada de mim Quero perder-me de forma egoísta Neste grito de liberdade que sufoquei em décadas Mas juro-te que estarei sempre aqui para te auscultar
Também te tenho no coração em afecto puro E não são os desgostos da vida Que me impedem de te pensar Antevejo-te como as flores Quando não és regada feneces de tristeza Posso também ser simples flor, Mas quando se esquecem de me regar Simplesmente transformo-me em cacto solitário Que aprende na evolução das espécies A adaptar-se ao ambiente árido Mas mesmo a mais bela flor Pode ser amiga de um disforme cacto do deserto! É isso que sou! Um cacto do deserto que teima em manter os espinhos Para poder sobreviver também ao desapego Dos seres humanos que um dia ousou amar!
|
|