
Dark X - Blackbird of my own...(Pássaro negro de mim próprio)
Data 26/07/2008 19:26:04 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Pela manhã... vem o sol dançar nas tuas negras penas... a brisa do horizonte vem chamar o teu nome Voa pássaro! voa!... Pássaro negro da escuridão voas... voas... mas sozinho... Não sabes para onde ir Nada mais fazes senão fugir... e voas... O teu destino é incerto tão longe... mas tão perto... Foges de ti próprio... Tens medo da tua realidade... e choras!... Pois voas sozinho Mergulhado da tua própria sombra... Preso na gaiola do teu pecado de onde não consegues sair Voas de um amaldiçoado destino que não para de te perseguir... Voa... No negro... para o negro...
Voa... Voa... pequeno pássaro Pássaro és! Mas tão insignificante como uma invisível formiga... Voas por amor... Consomes o teu próprio coração Preso numa eterna escuridão A escuridão da tua própria lágrima... Voas para longe daquilo que não queres enfrentar... uma paixão... Foges da insuportável dor... Que te faz voar... e te pode matar como um tiro de caçador...
Olhos negrod de agonia Voas, voas, prisioneiro da tua própria monotonia... E escondeste do destino do amor... Foges, e não os queres enfrentar... e tens medo!... Pois és cobarde!... Foge!... Foge!... Porque a dor arde! Foge, para não mais voltar! Foge, foge, pois a Culpa quer-te matar! Não és dono das tuas próprias asas... mas voas... sem saber sequer, porquê?...
Pássaro negro Estás preso na tua própria liberdade a liberdade que te foi dada no dia em que nasceste... a liberdade de voar... É só isso que tens pois é te proibido amar... No escuro das tuas penas vê-se a morte!... O teu último destino... A tua dor O teu medo... De esquecer... e de morrer...esquecido... Necrófago! Comes o que já foi comido... Destemido!... Não o és, e sabes!
E voas mais uma vez... e enquanto voas... caem-te as penas... Uma... a uma... e assim sem as penas nas tuas Ficas despido do teu negro nu.... Sozinho e nu... Assim crava-se, o frio na tua pele...
E morres!... no frio da tua da tua solidão... no teu amor de sonho... em que amas... mas nunca serás amado... E enquanto morre o teu negro Morre o branco do teu voador coração... Assim se desfaz a vida... Do pássaro que voou... para além do imaginável... que viu o interminável... E que se perdeu... Num simples olhar... Num beijo que nunca se deu... Corrompido pelo tempo do interminável... Morre pássaro! morre e deixa de escrever!... Pássaro Negro... Que pinta o branco... O Maldito Poeta voador... Este tipo de poemas escreve-se quando olha-mos para trás e vemos o pouco vazio que percorremos...e depois olha-mos para frente e vemos o vazio que ainda nos falta percorrer, aí percebemos que o vazio que percorremos comparativamente ao que nos falta...é nada mais, nada menos...que Nada!!!
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