
O amante
Data 25/07/2008 11:15:53 | Tópico: Poemas
| Finda o dia e já 'scurece... Horas vespertinas em que divago no meu leito inda sem flores. Estou lúcido e tu me apareces. Espera! que a dor não trago e ainda há dia em minha vida. Minha mente está caduca e vazio é o saco escrotal das minhas palavras. Quisera ejaculá-las todas, aos borbotões, em tua página vermelha e negra... Ah! Se não fosses infecunda! Transformar-te-ias com a maternidade. Reagirei, ó Dona Morte, Viúva Triste, Mulher Fatal! E incutirei em tuas veias os versos deste poema, marcapasso do meu coração. Desposaste Mallarmé, Camões, Bilac... Não te contentas? A mim, hás de ler-me vivo! Ninguém é totalmente insensível à Poesia. Assim, absorta em ouvir-me, enamorada, amar-te-ei ao ocaso e, antes que anoiteça, tendo-te aos meus pés, exausta e subjugada, de posse do teu segredo e em prol da Vida, matar-te-ei, ó Dona Morte!
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